8 de abril de 2014

Luke Syson: How I learned to stop worrying and love "useless" art

Uma palestra sobre como somos viciados na mentalidade do modernismo, onde todo ornamento extravagante é mal visto (um triunfo da burguesia sobre a aristocracia, o que não é uma coisa ruim, mas sequestra um pouco da nossa imaginação - como ele diz). Onde a forma sempre segue a função. Onde as únicas maneiras de fantasiar são nas telas de nossas televisões e cinemas. Onde conviver com essas fantasias no cotidiano é imaginativamente estressante, e não enriquecedor. E o Luke Syson chegou à todas essas conclusões através de Leonardo da Vinci e dois vasos do MET.

Me identifico com o que ele fala. Durante muitos anos, fui uma adolescente nada fantasiosa. Não no sentido de não sonhar com nada ou não gostar de sonhos, mas sim esteticamente. Como se na passagem de uma fase para outra, eu tivesse apagado tudo que fazia sentido em termos de imagens na minha vida. Fui atraída, então, pelo inverso: passei pela época em que eu só usava preto. Pela época em que eu odiava um dia ter gostado de Barbies e boybands. Eu queria mostrar que eu não estava feliz com as mudanças que me aconteciam, mas também me distanciar ao máximo daquilo que eu não podia ter de volta. Tudo bem, os anos passaram, eu mudei. Mas mesmo depois do all black (e do all blue, e do all purple), foram anos pra introduzir outros elementos. Eu demorei (e demoro ainda) muito pra não me levar tão a sério.

E não considero meu estilo falando só em termos de roupas e acessórios. Porque, não sei se isso é coisa de designer gente das arte, minha visão estética se reflete na minha vida em geral. Nos meus trabalhos, nos meus objetos, em tudo que eu faço ou uso. A gente pinta a vida como a gente quiser, e eu gosto muito de ter um pensamento por trás de tudo isso. Tenho minhas preferências do coração, que me acompanham desde que me entendo por gente, mas é bom saber que tem também um pouco de mim em flores, em coisas brilhantes e até em kpop (aliás, um grande motivador de fueds pra quase todo preconceito estilístico). 

É importante deixar esse lado mais fantástico aparecer as vezes, e com isso resgatar a criança que eu fui. Não para voltar a sê-la, mas sim para ter também a força dela dentro de mim.

Especialmente adorei fazer a imagem desse post, scannear coisas dá um efeito tão legal :)

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