De qualquer forma, apesar dessa nostalgia me mover, eu refleti sobre um outro ponto. Revendo todas essas memórias, eu me lembro, era natural irmos para a casa uns dos outros, nos encontrar para ficar sem fazer nada no shopping, receber telefonemas e inventar piadas. Um dia eu tive um grupo de amigos do colégio, como todo mundo. É curioso que alguns membros, como eu, fossem bem fechados. Na realidade, acho que na maior parte das vezes, nós todos éramos fechados, apesar de conhecermos bem a vida um do outro, muitas coisas não vinham à tona ou, se vinham, não sabíamos como lidar - aquela coisa esquisita chamada adolescência.
Tenho um senso de perda muito grande por olhar agora e perceber que eram amigos em quem eu podia confiar, com quem eu convivia diariamente, com nossos risos e reflexões, mas que muito do que era intrínseco a cada um de nós ficou de fora. Posso dizer que eu era muito imatura, mas não sinto que estava sozinha nisso. O que mais me surpreende é pensar por quê essas diferenças nos separaram. A distância e a separação das turmas com certeza contribuiu, mas isso geralmente é um problema contornado por muitas amizades. O quão diferentes nos tornamos, ou sempre fomos, a ponto de hoje olhar um para o outro quase como estranhos é o que me arde.
Pessoas mudam, de fato, mas acredito que a essência permanece. E fica um suspiro quando penso que, se tivéssemos superado as diferenças ou, não sei, por obra do mundo permanecêssemos unidos, talvez hoje em dia as coisas fossem diferentes. Que talvez hoje em dia eles não me fossem tão estranhos. Ou que pelo menos pudessem compartilhar dessas memórias sem um gosto estranho na boca.
ai q cheiro de peixes no ar ;p
ResponderExcluireu acho q vc devia mostrar esse texto pra eles
:*