13 de junho de 2013

Before Midnight

(Poster alemão porque eu achei mais lindo)

Vai ser muito difícil falar sobre esse filme sem spoilers, mas eu vou tentar.

Há alguns anos eu fiz um questionário do Tumblr, daqueles que a cada dia você responde uma pergunta, e lembro que uma delas era "Qual personagem de filme você mais se identifica?" Complicado. Eu costumo me identificar com partes de personagens, falas ou momentos, mas um personagem por inteiro...? E foi aí que eu me lembrei da Celine.


Celine é a personagem da Julie Delpy nessa trilogia do Richard Linklater: Antes do Amanhecer (1995), Antes do Pôr-do-Sol (2004) e Antes da Meia Noite (2013). Como os filmes são separados por nove anos entre cada um, tempo que decorre também na história, podemos observar as mudanças e evoluções brilhantemente trabalhadas em personagens que são, na minha opinião, a cada filme mais ricos e apaixonantes.

A história do primeiro filme começa como um sonho idílico, um retrato dos vinte anos de idade de Celine e de Jesse, o homem que ela conhece em uma viagem e com quem passa o resto do dia junto antes que os dois retomem seus caminhos diferentes. Como existem duas continuações, vocês podem imaginar que eles se reencontram no mínimo mais duas vezes, porém, falar mais seria estragar a experiência da surpresa de assistí-los.



Retomando, o que eu mais gosto sobre essa história é o quanto ela, se fôssemos basear no que esperamos vindo de obras de ficção, é honesta e real e surpreendente. Podemos imaginar todos os clichês do cinema, e de fato alguns deles até acontecem, mas a mensagem passada é sempre profunda e ressonante com o que vivenciamos, e não com o que esperamos (ou a sociedade espera) que seja vivenciado.

Talvez por isso eu já tenha ouvido algumas críticas sobre eles. Conversas muito longas, takes em que "nada acontece". Mas isso é a base e a genialidade desses filmes, na minha opinião. Nessas conversas muito longas, em que alguém desavisado pode pensar que são entediantes, vemos momentos que nos fazem pensar. Vemos momentos que de fato acontecem nas nossas vidas. Caminhadas com conversas sobre o mundo, reflexões sobre quem nós somos e o que pensamos e porque fazemos como fazemos, e as ligações que criamos quando compartilhamos pedaços tão íntimos de nós com outra pessoa.



Talvez justamente pelo fato de expor seu mundo mental nessas conversas é que eu me identifique tanto com a Celine.


E aí ontem eu fui assistir ao terceiro filme (ps: melhor presente de dia dos namorados, han) e, enquanto me abstenho de falar sobre a história em si, digo que eu continuo me identificando com ela. O filme integra perfeitamente os outros dois, e dá novas dimensões ao que já existia. Vemos, mais uma vez, evoluções. Vemos confrontos com a realidade. Vemos emoções em sua mais pura forma, e nos emocionamos.

Preciso dizer como eu saí?

Lindo, lindo.


+ quotes que eu não achei em imagens :)

Um comentário:

  1. Eu estranhei no começo como eles estavam. o cara pra cá com os caras, ela com as mulheres. aquele papo na mesa. aí quando eles são deixados sozinhos é q a gente vê eles de verdade. claro q até aí já tinha rola aquela coisa meta do jesse explicando sobre o 3o filme, a mulher idosa dizendo como que faz pra não esquecer o marido, já tava bom. mas quando eles chegam no hotel é que me fez ficar *__*

    é incrível como é REAL demais. e eu sempre me identifiquei com os dois e a d. tb. nesse tava mais clara ainda a mistureba. e meio triste como eles brigaram e brigaram, mas de novo, tão verdadeiro. motivos de um lado, motivos de outro e no fim ambos tem culpa e ambos não tem né :~

    e o final <33333333333333333

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