30 de dezembro de 2013

O mar à noite

Eu não gosto de praia. O calor, o tumulto e a areia são coisas que fazem essa experiência não ser das mais agradáveis pra mim. Porém, num passeio inesperado, a praia à noite foi surpreendentemente agradável. Com o vento marítimo e o barulho das ondas, me vi num lugar tranquilo e poderoso, onde a linha do horizonte se fundia com o céu azul marinho e os quilômetros vazios nem pareciam pertencer à uma metrópole tão grande. A areia deixou de me incomodar e, no lugar, me trouxe lembranças em forma de conchas.

Quando eu era criança, uma das minhas coleções favoritas era a de conchas de todas as praias onde eu já tinha ido. Tinha um pote enorme cheio delas. Fragmentos de beleza que me deixavam encantada - e ainda deixam, como pude perceber quando me vi feliz procurando as que mais me chamavam atenção. O tempo passa e, se não nos cultivamos, vamos nos esquecendo.

Conchas, passos, ondas. Pedacinhos no meio do oceano, na força da natureza e no silêncio da noite. Eu me encontrei comigo, passado, presente e futuro. Obrigada, mar.




2 comentários:

  1. Em Arraial minha família ia a noite para ver os brilhinhos na areia (de microorganismos do mar). Meu pai
    chamava erroneamente de Fogo-fátuo. Ainda tem as conchinhas?

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    1. Ahh, deve ser lindo *-*

      Tenho algumas só, o resto não sei pra onde foi!

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